LIVRETO
SEPULTAMENTO DO CORPO DO ROMANO PONTÍFICE
JOÃO PAULO VI
Cripta da Basílica São Pedro, Vaticano
28.01.2025
Todos reunidos na Cripta Vaticana, o Cardeal Camerlengo prossegue com o Rito para o Sepultamento. Lembrando que o Sepultamento é reservado a Cardeais, Bispos e Familiares do Falecido.
Pres: A nossa proteção está no nome do Senhor.
Ass: Que fez o céu e a terra.
Pres: Dai-lhe, senhor, o repouso eterno
Ass: E brilhe para ele a vossa luz
Quem preside, com estas ou palavras semelhantes, diz:
Pres: Irmão e irmãs, para o Apóstolo Paulo, o túmulo é como uma sementeira: coloca-se nele um corpo corruptível e ressucitará um corpo glorioso. Oremos pedindo que Deus abençõe esta sepultura.
Segue um momento de silêncio e continua:
Pres: Senhor Jesus Cristo, permanecendo três dias no sepulcro, santificastes os túmulos dos que creem em vós, para lhes aumentar a esperança da ressureição. Concedei, misericordioso, que o corpo deste vosso filho descanse em paz neste sepulcro, até que vós, que sois a ressureição e a vida, o ressusciteis, para que possa contemplar, no esplendor de vossa glória, a luz eterna no céu. Vós que sois Deus, com o Pai, na unidade do Espírito Santo.
Ass: AmémApós a resposta quem preside prossegue:
Pres: Cristo, que ressuscitou como primogênito dentre os mortos, transformará o corpo deste nosso irmão à imagem de seu corpo glorioso. O Senhor o receba na sua paz e lhe conceda a ressureição no último dia.
Pres: Cristo, que ressuscitou como primogênito dentre os mortos, transformará o corpo deste nosso irmão à imagem de seu corpo glorioso. O Senhor o receba na sua paz e lhe conceda a ressureição no último dia.
Ass: Amém
A seguir, quem preside motiva os presentes para a oração do Pai-Nosso, com estas ou outras palavras:
Pres: Confiantes na bondade de Deus que é Pai e obedientes a sua vontade, rezemos a oração que o Senhor nos ensinou:Todos rezam o Pai-Nosso:
Ass: PATER NOSTER, QUI ES IN CAELIS SANCTIFICÉTUR NOMEN TUUM, ADVÉNIAT REGNUM TUUM, FIAT VOLUNTAS TUA, SICUT IN CAELO, ET IN TERRA. PANEM NOSTRUM QUOTIDIÁNUM DA NOBIS HÓDIE, ET DIMÍTTE NOBIS DÉBITA NOSTRA, SICUT ET NOS DIMÍTTIMUS DEBITÓRIBUS NOSTRIS. ET NE NOS INDÚCAS IN TENTATIÓNEM. SED LÍBERA NOS A MALO.
Pres: Queridos irmãos, supliquemos humildemente a Deus, Pai da misericórdia, pelo nosso Papa João Paulo que morreu no Senhor.
O Diácono:
1. Para que Deus se digne libertar a alma do nosso Papa João Paulo do poder das trevas.
Ass: Senhor, Misericórdia
2. Porque em sua bondade o Senhor perdoa seus pecados.
Ass: Senhor, Misericórdia
3. Porque o Senhor aceita suas boas obras.
Ass: Senhor, Misericórdia
4. Dignar-se em recebê-lo na morada da paz e da luz.
Ass: Senhor, Misericórdia
5. Porque se digna conceder-lhe a bem-aventurança e a companhia dos santos e dos seus eleitos.
Ass: Senhor, Misericórdia
O celebrante conclui a oração dizendo:
Pres: Deus onipotente, que com a morte do vosso Filho na cruz vencestes a nossa morte, com o seu descanso no sepulcro santificastes os túmulos dos fiéis e com a sua gloriosa ressurreição nos devolvestes a vida imortal, acolhei as nossas orações pelo nosso Papa João Paulo que, morto e sepultado em Cristo, aguarda a bendita esperança e a gloriosa manifestação do Salvador. Concede, ó Senhor dos vivos e dos mortos, àquele que te serviu fielmente na terra, louvar-te sem fim na bem-aventurança celestial.
Por Cristo nosso Senhor.
Ass: Amém
I. A arca de cipreste que contém os restos mortais do Romano Pontífice está amarrada com fitas vermelhas, nas quais estão impressos os selos da Câmara Apostólica, da Prefeitura da Casa Pontifícia, do Ofício de Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice e do Capítulo Vaticano.
III. Na tampa estão a cruz e o brasão do falecido Papa.
IV. Enquanto o caixão é colocado no túmulo, canta-se a antífona:
Salmo 87 (88)
Prece de um homem gravemente enfermo
Esta é a vossa hora, a hora do poder das trevas (Lc 22,53).
– A vós clamo, Senhor, sem cessar, todo o dia, *
e de noite se eleva até vós meu gemido.
– Chegue a minha oração até a vossa presença, *
inclinai vosso ouvido a meu triste clamor!
– Saturada de males se encontra a minh’alma, *
minha vida chegou junto às portas da morte.
– Sou contado entre aqueles que descem à cova, *
toda gente me vê como um caso perdido!
– O meu leito já tenho no reino dos mortos, *
como um homem caído que jaz no sepulcro,
– de quem mesmo o Senhor se esqueceu para sempre *
e excluiu por completo da sua atenção.
– Ó Senhor, me pusestes na cova mais funda, *
nos locais tenebrosos da sombra da morte.
– Sobre mim cai o peso do vosso furor, *
vossas ondas enormes me cobrem, me afogam.
– Afastastes de mim meus parentes e amigos, *
para eles tornei-me objeto de horror.
– Eu estou aqui preso e não posso sair, *
e meus olhos se gastam de tanta aflição.
– Clamo a vós, ó Senhor, sem cessar, todo o dia, *
minhas mãos para vós se levantam em prece.
–Para os mortos, acaso, faríeis milagres? *
poderiam as sombras erguer-se e louvar-vos?
– No sepulcro haverá quem vos cante o amor *
e proclame entre os mortos a vossa verdade?
– Vossas obras serão conhecidas nas trevas, *
vossa graça, no reino onde tudo se esquece?
–Quanto a mim, ó Senhor, clamo a vós na aflição, *
minha prece se eleva até vós desde a aurora.
–Por que vós, ó Senhor, rejeitais a minh’alma? *
E por que escondeis vossa face de mim?
– Moribundo e infeliz desde o tempo da infância, *
esgotei-me ao sofrer sob o vosso terror.
–Vossa ira violenta caiu sobre mim *
e o vosso pavor reduziu-me a um nada!
– Todo dia me cercam quais ondas revoltas, *
todos juntos me assaltam, me prendem, me apertam.
– Afastastes de mim os parentes e amigos, *
e por meus familiares só tenho as trevas!
O Cardeal Camerlengo abençoa sepultura com água benta e diz:
Pres: Na água e no Espírito foste batizado. O Senhor complete em ti a obra que Ele mesmo começou no teu batismo.
Incensando o túmulo, quem preside diz:
Pres: Teu corpo foi templo de Deus. O Senhor te dê a eterna alegria de viver em sua casa.
Jogando terra sobre o caixão, quem preside diz:
Pres: Da terra foste tirado e à terra voltas. Mas o Senhor te ressuscitará no último dia.
Colocando flores no túmulo, quem preside diz:
Pres: É preciosa aos olhos do Senhor a morte de seus fiéis!
Colocando a Cruz junto ao túmulo, quem preside diz:
Pres: A cruz de nosso Senhor Jesus Cristo seja para nós sinal de vida e ressureição.
Então, canta-se:
Subvenite, Sancti Dei, occurrite, Angeli Domini,
Suscipientes animam eius,
Offerentes eam in conspectu Altissimi.
Suscipiat te Christus, qui vocavit te,
et in sinum Abrahae Angeli deducant te.
Suscipientes animam eius,
Offerentes eam in conspectu Altissimi.
Requiem aeternam dona ei, Domine:
et lux perpetua luceat ei.
Offerentes eam in conspectu Altissimi.
O presidente conclui:
Pres: Ó Pai de bondade, vossos dias não conhecem fim e vossa misericórdia não tem limites. Lembrando a brevidade de nossa vida e a incerteza da hora da morte, nós vos pedimos que vosso Espírito Santo nos conduza neste mundo, na santidade e na justiça. E, depois de vos servirmos na terra, possamos chegar ao vosso Reino no céu. Por Cristo nosso Senhor.
Ass: Amém
São realizadas as últimas orações:
Pres: Conceda-lhe o descanso eterno, Senhor.
Ass: E que a luz perpétua brilhe sobre ele.
Pres: Que o nosso Papa João Paulo, e todas as pessoas falecidas, pela misericórdia de Deus, descansem em paz.
Ass: Amém
Enquanto o túmulo é lacrado, canta-se a antífona:
Salve, Regina, mater misericordiae;
vida dulcedo et spes nostra, olá.
Ad te clamamus, exsules filii Evæ.
Ad te suspiramus, gementes et flentes
in hac lacrimarum valle.
Eia ergo, advocata nostra,
illos tuos misericordes oculos ad nos convert.
Et Iesum, benedictum fructum ventris tui,
nobis post hoc exsilium ostende.
O clemens, o pia, o dulcis Virgo Maria.
O notário do Capítulo da Basílica Vaticana lavra a certidão de sepultura autêntica e lê-a perante os presentes.
Aos vinte e oito dias do mês de janeiro do ano da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo de dois mil e vinte e cinco, às 20h30 horas, realizou-se no adro da Basílica de São Pedro, a solene celebração eucarística exequial seguida do sepultamento na cripta da mesma Basílica de São Pedro, do corpo de Sua Santidade, o Papa João Paulo VI, Sumo Pontífice da Igreja Universal. A celebração ocorreu após cinco dias de velório, durante os quais houve onze celebrações eucarísticas realizadas em sufrágio da alma do pontífice falecido, e foi presidida por Sua Eminência Reverendíssima Dom Victor Gabriel Cardeal Santos e concelebrada pelos Cardeais, Bispos e Sacerdotes de todo orbe minecraftiano, além da presença de fiéis leigos, autoridades civis, familiares e amigos do Pontífice. No final da celebração exequial foram realizados pelo Eminentíssimo e Reverendíssimo Cardeal Victor Gabriel Santos as últimas encomendações de sua alma a divina providência e as orações respectivas ao rito previsto, a Igreja acompanhou o translado do féretro ao interior da Basílica enquanto se entoava 0 magnificat. Após a celebração eucarística e o translado do corpo do Papa João Paulo VI à sepultura, o Eminentíssimo e Reverendíssmo Cardeal Lucas Reichert, Camerlengo da Câmara Apostólica procedeu com o rito de benção da sepultura, em seguida a arca de cipreste foi amarrada com fitas vermelhas, nas quais foram impressos os selos da Câmara Apostólica, da Prefeitura da Casa Pontifícia, do Ofício de Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice e do Capítulo Vaticano. Em seguida, colocado na caixa de zinco, que foi imediatamente soldada; nele foram impressos os selos dos referidos Escritórios. Por último se depus no caixão de carvalho e o corpo foi depositado no jazigo já previamente preparado, localizado ao lado direito da cripta vaticana, no terceiro jazigo à esquerda do corredor. Feitas as últimas orações, procedeu-se ao fechamento da sepultura, enquanto era entoado o hino “Salve Regina”. Nada mais havendo, lavrei a presente ata, a mesma lida e assinada presentes que testemunham o sepultamento do Romano Pontífice João Paulo.
“Requiescat in pace”.